Vírus Que Rouba Pix: Entenda Como Funciona o BRats e Saiba Como Se Proteger
Em pleno 2025, com o Pix se consolidando como o principal meio de pagamento digital no Brasil, os golpistas continuam aperfeiçoando suas técnicas. O mais novo alerta de segurança digital envolve um vírus avançado chamado BRats, projetado para roubar transferências Pix automaticamente, diretamente de dispositivos Android.
Descoberto por empresas de cibersegurança como a Kaspersky, o BRats representa uma nova geração de malware financeiro, com potencial para causar grandes prejuízos a usuários desatentos.
🦠 O Que é o BRats?
O BRats (sigla para Brazilian RAT + ATS) é um malware desenvolvido no Brasil, especificamente para atacar dispositivos com sistema Android. Trata-se de um RAT (Remote Access Trojan) com capacidade de atuar via Sistema de Transferência Automatizada (ATS).
Ele é programado para identificar e interceptar transações Pix, alterando o valor, a chave Pix do destinatário e redirecionando a transferência sem que a vítima perceba.
A sigla BRats reflete tanto a origem brasileira quanto a natureza do malware:
BR = Brasil
RAT = Trojan de acesso remoto
ATS = Automação de transferências
Esse tipo de vírus é um dos mais sofisticados já detectados no ecossistema financeiro digital brasileiro.
🔍 Como o BRats Funciona?
1. Disfarce de Aplicativo Inofensivo
O golpe começa com o usuário baixando um app malicioso fora da Play Store, geralmente disfarçado como:
Jogo popular
App de promoções ou cupons
Ferramenta de produtividade falsa
Aplicativos de vídeos virais
Esses apps não levantam suspeitas imediatas, pois abrem normalmente.
2. Solicitação de Permissões Sensíveis
Durante a instalação, o aplicativo pede permissões de acessibilidade — alegando necessidade para “melhor navegação”, “melhor usabilidade” ou “ativar funcionalidades extras”.
Ao conceder essa permissão, o usuário permite que o app:
Leia o que aparece na tela
Simule toques e ações no sistema
Controle o dispositivo remotamente
3. Intercepção de Transações Pix
Quando a vítima realiza um Pix por meio do aplicativo do banco ou carteira digital:
O malware entra em ação imediatamente
Ele altera a chave Pix digitada (sem alterar a interface visível)
Redireciona os fundos para uma conta dos golpistas
E tudo isso ocorre em segundos, sem notificações visíveis
Algumas versões mais avançadas ainda simulam mensagens de confirmação falsas, para garantir que a vítima não perceba o desvio.
📱 Por Que Dispositivos Android São Alvo?
O Android é um sistema mais aberto que o iOS, o que traz vantagens para desenvolvedores — mas também mais vulnerabilidades se o usuário não tomar cuidados básicos.
Além disso:
O Android permite a instalação de APKs de terceiros, que não passam por revisão da Play Store.
Muitas versões de Android no Brasil estão desatualizadas, o que amplia os riscos.
A base de usuários Android é significativamente maior no país, tornando o alvo mais lucrativo para criminosos.
📉 O Impacto do BRats: O Que Está em Jogo?
Prejuízos financeiros imediatos: valores de Pix desviados em segundos.
Roubo de dados bancários e pessoais.
Controle total do celular, podendo também enviar dados para servidores remotos.
Distribuição viral: o BRats pode se propagar por links no WhatsApp, SMS e redes sociais, afetando contatos da vítima.
🔐 Como Se Proteger do BRats?
A prevenção é a melhor estratégia. Veja as recomendações fundamentais:
1. Baixe apenas da Google Play Store
Evite instalar APKs de fontes desconhecidas. Mesmo que pareça uma “promoção exclusiva” ou “versão desbloqueada”, é um risco alto.
2. Nunca conceda permissão de acessibilidade a apps desconhecidos
Essa é uma das permissões mais perigosas. Só conceda se for um app confiável (como leitores de tela, antivírus reconhecido, etc.)
3. Use um antivírus confiável
Empresas como Kaspersky, Bitdefender, Norton, Avast e outras oferecem proteção em tempo real contra malwares como o BRats.
4. Mantenha o sistema operacional atualizado
Atualizações corrigem falhas de segurança que podem ser exploradas por vírus.
5. Ative a verificação em duas etapas (2FA)
Essa camada extra protege sua conta mesmo que os dados iniciais sejam comprometidos.
⚠️ Sinais de que seu dispositivo pode estar infectado
O app do banco fecha ou trava sem motivo aparente.
Transações realizadas sem o seu conhecimento.
Pop-ups de permissão de acessibilidade ou de administrador do sistema inesperados.
Aumento no consumo de bateria e dados.
Lentidão repentina do sistema.
🧹 O Que Fazer Se For Infectado?
Se você acredita que seu dispositivo está infectado com o BRats:
Coloque o celular em modo avião imediatamente.
Remova qualquer aplicativo desconhecido instalado recentemente.
Revogue permissões de acessibilidade nos ajustes do sistema.
Execute uma varredura completa com antivírus confiável.
Redefina o aparelho para configurações de fábrica, se o problema persistir.
Altere todas as senhas bancárias e de serviços financeiros.
Comunique seu banco ou instituição financeira imediatamente.
📊 Dados e Estudos sobre o BRats
Segundo o último relatório da Kaspersky para a América Latina:
O BRats já foi detectado em mais de 30 mil dispositivos no Brasil.
A maior parte das vítimas tem entre 18 e 44 anos.
40% dos ataques vieram via apps de promoção ou “benefícios bancários”.
O valor médio desviado por ataque é de R$ 980,00.
🔚 Conclusão: A Segurança Começa com Informação
O golpe do BRats mostra que os cibercriminosos estão evoluindo tão rápido quanto as tecnologias bancárias. Para não cair em armadilhas digitais, é essencial:
Manter-se informado
Adotar hábitos digitais seguros
Utilizar ferramentas de proteção confiáveis
Estar sempre atento às permissões concedidas aos apps
Com pequenas atitudes, você pode evitar grandes perdas.