Universo Tecnologico

O Futuro na Calçada: Robô Humanoide Surpreende Moradores em Passeio por Parque de Maringá

Imagine estar em um domingo tranquilo, aproveitando a manhã em um parque, e de repente se deparar com uma cena que parecia reservada aos filmes de ficção científica: um robô humanoide caminhando livremente entre os pedestres. Essa não é mais uma fantasia futurista, mas uma realidade que ocorreu recentemente no Brasil, mais precisamente em

Maringá, no norte do Paraná. Vídeos que rapidamente viralizaram nas redes sociais em 6 de julho de 2025 mostraram a máquina autônoma passeando pelo Parque do Ingá, causando espanto e fascínio em adultos e crianças.

O protagonista dessa inusitada aparição é o Mr. Greenn, um robô humanoide de origem chinesa, que levou meses para chegar ao Brasil. Seu dono, o empresário Rafael Wisch, CEO da plataforma de pagamentos Greenn, revelou que o passeio foi uma espécie de “teste em aglomerações” , uma forma de observar como a máquina lidaria com as imperfeições do ambiente urbano, a presença de pessoas e as conexões em tempo real. Este evento em Maringá não é apenas uma curiosidade; ele simboliza um passo importante na integração da robótica avançada no cotidiano e levanta discussões profundas sobre o futuro da interação entre humanos e máquinas. Este artigo explorará os detalhes desse acontecimento singular, a tecnologia por trás dos robôs humanoides, as implicações de sua presença em espaços públicos e o que isso significa para o avanço da inteligência artificial no Brasil e no mundo.


Do Laboratório às Ruas: A Ascensão dos Robôs Humanoides no Cotidiano

Por muito tempo, robôs humanoides foram confinados a laboratórios de pesquisa, fábricas altamente automatizadas ou cenários de filmes futuristas. Eles representavam o ápice da engenharia robótica e da inteligência artificial, mas sua interação com o ambiente humano comum era limitada. No entanto, avanços exponenciais em áreas como visão computacional, equilíbrio dinâmico, processamento de linguagem natural e IA autônoma estão mudando rapidamente esse panorama.

Robôs como o Mr. Greenn, com sua capacidade de se movimentar de forma bípede e interagir com o ambiente, são resultados de anos de pesquisa e desenvolvimento. Eles são projetados para imitar a forma e, em certa medida, as capacidades humanas, o que os torna particularmente relevantes para tarefas que exigem navegação em espaços complexos ou interação com humanos. A cena em Maringá é um testemunho vívido dessa transição: uma máquina sofisticada, antes vista apenas em conferências de tecnologia, agora dando uma “voltinha” em um parque público, despertando curiosidade e até certa surpresa na população.

Esse movimento não é isolado. Em outras partes do mundo, robôs humanoides já estão sendo testados em ambientes de trabalho, em tarefas de logística, atendimento ao cliente e até mesmo em simulações mais complexas, como o futebol. A aparição do Mr. Greenn em um parque brasileiro, portanto, insere o Brasil nesse contexto global de experimentação e, mais importante, de desmistificação da robótica avançada.


Mr. Greenn: A Tecnologia Por Trás do Andarilho de Maringá

O Mr. Greenn é um modelo de robô humanoide fabricado na China, adquirido após seis meses de espera pelo empresário Rafael Wisch. Wisch, que é CEO da Greenn (uma plataforma de pagamento), explicou que a máquina foi comprada para “representar a visão e a cultura da nossa empresa em eventos”. Isso indica que, além de ser uma demonstração tecnológica, o robô tem um propósito de marketing e branding.

A tecnologia incorporada no Mr. Greenn é uma combinação sofisticada de hardware e software que o capacita a se mover e manter o equilíbrio. Embora os detalhes técnicos específicos do modelo não sejam divulgados no artigo, podemos inferir que ele possui:

  • Motores de Alta Precisão: Essenciais para movimentos fluidos e controlados dos membros, permitindo a locomoção bípede.

  • Sensores Avançados: Câmeras, LiDAR (detecção e alcance de luz), sensores de toque e giroscópios são cruciais para que o robô perceba o ambiente ao seu redor, detecte obstáculos, navegue e mantenha o equilíbrio.

  • Sistemas de Equilíbrio Dinâmico: Robôs humanoides que andam em duas pernas precisam de algoritmos complexos para ajustar constantemente sua postura e centro de massa, evitando quedas – algo especialmente desafiador em terrenos irregulares como um parque.

  • Inteligência Artificial (IA) e Aprendizado de Máquina: Embora o artigo não especifique o grau de autonomia do Mr. Greenn em termos de tomada de decisão, é provável que ele utilize IA para processar dados dos sensores, planejar rotas e adaptar seus movimentos em tempo real.

O passeio no Parque do Ingá serviu como um teste crucial para o Mr. Greenn. Rafael Wisch estava interessado em ver “como a máquina lida com as ‘imperfeições na rua’, com as pessoas ao redor e conexões”. O resultado foi majoritariamente positivo, com Wisch afirmando que o robô “foi bem em quase tudo”. No entanto, um incidente pontual – a perda de conexão, resultando em uma colisão com um poste e pequenos danos – ressalta os desafios inerentes à operação de robôs autônomos em ambientes não controlados. A brincadeira de Wisch sobre levar o robô a um “médico funileiro” ilustra o lado mais “humano” e os imprevistos que podem surgir com essa tecnologia.

Vale ressaltar que a empresa Greenn não possui apenas o Mr. Greenn. Rafael Wisch também é dono de outro robô, o  Greennaldinho, um cachorro robótico que foi adquirido há cerca de um ano. Isso demonstra um interesse contínuo da empresa em robótica e uma estratégia de uso dessas máquinas para fins de visibilidade e inovação.


A Reação Popular e o Impacto da Robótica em Espaços Públicos

A aparição do robô em Maringá gerou uma reação mista de surpresa, curiosidade e, para muitos, encantamento. Vídeos que mostram o Mr. Greenn caminhando no parque circularam amplamente, com muitos usuários nas redes sociais expressando espanto e compartilhando emojis de admiração. Adultos e crianças pararam para observar e filmar a cena, um testemunho do fascínio que a robótica avançada ainda exerce sobre o público geral.

Essa interação direta com a tecnologia em um ambiente cotidiano levanta questões importantes sobre o impacto social dos robôs em espaços públicos:

1. Aceitação e Familiarização

Eventos como o de Maringá contribuem para a familiarização do público com a robótica. Ao ver um robô interagindo (mesmo que minimamente) em um parque, as pessoas começam a naturalizar sua presença. Isso é crucial para a aceitação social da tecnologia, que é um pré-requisito para sua integração mais ampla em diversos setores.

2. Segurança e Imprevisibilidade

O incidente com o poste, embora menor, destaca a necessidade de robustez e segurança. A interação de robôs autônomos com o público exige sistemas de detecção de obstáculos e algoritmos de prevenção de colisões extremamente confiáveis. A segurança dos pedestres é primordial, e incidentes podem gerar desconfiança e receio.

3. Regulamentação e Normas de Convivência

À medida que robôs se tornam mais comuns em espaços públicos, a necessidade de regulamentação se torna evidente. Quem é responsável em caso de acidentes? Quais são os limites de autonomia para robôs que interagem com o público? Normas de convivência, privacidade (se os robôs tiverem câmeras) e responsabilidade legal precisarão ser desenvolvidas para guiar essa nova era.

4. Oportunidades e Curiosidade

A presença de robôs em locais públicos também pode ser uma oportunidade para educação e engajamento. Eles podem servir como embaixadores da tecnologia, despertando o interesse em ciência e engenharia, especialmente entre as crianças. O Mr. Greenn, com seu passeio, provavelmente inspirou muitos jovens a se perguntarem sobre o futuro da robótica.


O Brasil no Contexto Global da Robótica Humanoide

Enquanto o Brasil celebra os primeiros passos de um robô humanoide em um parque, o cenário global da robótica humanoide está em constante e rápida evolução. O artigo do Olhar Digital faz uma comparação interessante ao mencionar a

RoBoLeague (World Robot Soccer League), que ocorreu em Pequim, na China, em 28 de junho de 2025.

Nesse torneio de futebol robótico, equipes de três robôs (com um substituto) jogam partidas de dois tempos de 10 minutos, onde as máquinas andam, chutam a bola e tomam decisões em frações de segundo, sem nenhum controle humano, apenas inteligência artificial. Embora o artigo admita que “o jogo em si não foi bonito”, o fato de ter “dado certo” e as máquinas operarem com autonomia total é um testemunho da sofisticação da IA e da robótica chinesa. Isso demonstra um nível de complexidade e integração de IA muito além de um simples passeio em parque.

A comparação entre o “passeio” do Mr. Greenn em Maringá e o “jogo de futebol autônomo” na China ilustra as diferentes fases e aplicações da robótica humanoide globalmente. Enquanto um foca na interação e presença em ambientes cotidianos, o outro explora limites mais extremos de autonomia, tomada de decisão e coordenação em tempo real. Ambos, no entanto, contribuem para o avanço do campo e para a percepção pública sobre o potencial dos robôs.

O Brasil, com eventos como o de Maringá, está começando a participar ativamente dessa “descentralização” da robótica, tirando-a dos centros de pesquisa e introduzindo-a em ambientes mais acessíveis. Isso é fundamental para que o país não apenas consuma, mas também desenvolva e se adapte às tecnologias emergentes.


Os Próximos Passos e o Futuro da Convivência Humano-Robô

A presença de robôs humanoides em espaços públicos, como o ocorrido em Maringá, é apenas o começo. À medida que a tecnologia amadurece e se torna mais acessível, podemos esperar vê-los em uma variedade maior de funções:

  • Serviços de Atendimento: Recepção em hotéis, aeroportos, hospitais ou lojas.

  • Logística e Entrega: Robôs que entregam pacotes ou realizam tarefas de transporte em ambientes urbanos.

  • Assistência Pessoal: Auxiliando idosos ou pessoas com deficiência em tarefas diárias.

  • Educação e Entretenimento: Guias em museus, artistas em eventos ou ferramentas interativas em salas de aula.

No entanto, o caminho para essa integração plena não será isento de desafios. Será necessário um diálogo contínuo entre engenheiros, legisladores, urbanistas e a sociedade para definir as regras de convivência. Questões como privacidade (se os robôs estiverem equipados com câmeras e microfones), segurança, responsabilidade legal em caso de falhas e o impacto no emprego precisarão ser cuidadosamente ponderadas. A produtividade que essas máquinas podem trazer precisa ser equilibrada com as considerações éticas e sociais.

A experiência de Maringá, com o pequeno incidente da colisão com o poste, serve como um lembrete valioso de que, apesar do avanço impressionante, a tecnologia ainda não é perfeita e exige testes rigorosos e adaptação. A interação entre robôs e humanos em ambientes não estruturados é complexa e exige um alto grau de inteligência artificial e capacidade de adaptação em tempo real.


Conclusão: Maringá Como Vitrine do Amanhã

O passeio do robô humanoide Mr. Greenn no Parque do Ingá, em Maringá, Paraná, transcende a mera curiosidade e se posiciona como um evento simbólico para o Brasil e para o avrobôanço global da robótica. Ele nos oferece um vislumbre tangível de um futuro onde a tecnologia e os robôs humanoides não estarão confinados a laboratórios ou fábricas, mas farão parte do tecido de nossas cidades e de nosso cotidiano. A surpresa e o fascínio demonstrados pelos moradores de Maringá sublinham a importância de tais interações para a familiarização e aceitação pública dessas máquinas.

A aquisição do Mr. Greenn pelo empresário Rafael Wisch e seu propósito de “representar a visão e a cultura da nossa empresa em eventos” destacam como a robótica está se tornando uma ferramenta de branding e inovação, mesmo fora dos usos industriais tradicionais. Os testes em ambiente real, incluindo os pequenos desafios como a perda de conexão, são cruciais para o desenvolvimento e aprimoramento dessas tecnologias.

À medida que o Brasil se insere nesse cenário global, onde robôs humanoides já demonstram habilidades complexas como jogar futebol de forma autônoma, o caso de Maringá serve como um convite ao diálogo. Precisamos nos preparar para um futuro onde a coexistência com máquinas inteligentes será a norma, garantindo que essa integração seja feita de forma segura, ética e benéfica para toda a sociedade, aumentando aprodutividade e abrindo novas fronteiras para a inovação e a comunicação. Maringá, com seu parque e seu visitante futurista, nos deu um gostinho do amanhã que já chegou.

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